A Espanha destacou-se como um dos países europeus que mais investiu em máscaras faciais. Segundo um relatório do Eurostat (Gabinete Europeu de Estatística), o governo espanhol gastou 1.148 milhões de euros nestes dispositivos médicos durante o primeiro trimestre de 2020, colocando-os entre os quatro países da União Europeia que mais investiram em máscaras.

À frente da Espanha em despesas estão países como a Alemanha, que investiu 4,402 milhões de euros neste material; França, com 3,431 milhões, e Itália, com uma despesa de 1,750 milhões. Nem todos os estados membros da UE foram tão “generosos”. Chipre atribuiu apenas 7 milhões à compra de máscaras, enquanto Malta e a Estónia desembolsaram 9 e 14 milhões respectivamente, ocupando os últimos lugares dos países por investimento.

Os dados do Eurostat revelam o impacto do coronavírus SRA-CoV-2 nos orçamentos dos estados membros da UE. No seu conjunto, investiram um total de 14 mil milhões na compra deste material durante o primeiro semestre do ano, em forte contraste com os 800 milhões gastos no mesmo exercício em 2019.

Gastar per capita em máscaras faciais: a Espanha ainda está na liderança, o que dizem as estatísticas?

Para além dos testes PCR, luvas de látex e géis hidroalcoólicos, as máscaras são o material sanitário mais procurado na União Europeia. Na despesa per capita, a Espanha ocupa o 12º lugar na importação deste equipamento médico, com um investimento de 24 euros por pessoa, um valor inferior à média europeia de 33 euros por pessoa.

O Luxemburgo lidera esta classificação, com uma despesa per capita de 121 euros por pessoa, seguido pela Bélgica, Alemanha e França, que excedem os 50 euros por pessoa. Mais perto de Espanha em importância das máscaras faciais estão a Itália, Lituânia e Irlanda, com uma despesa de 29, 28 e 27 euros por pessoa, respectivamente. Na base desta classificação estão países como a Bulgária e a Grécia, que só conseguiram atribuir uma despesa per capita de 3 e 6 euros por pessoa, respectivamente.

É surpreendente que, segundo o relatório do Eurostat, o principal importador de máscaras seja a China, fonte do surto inicial e do subsequente ressurgimento da SRA-CoV-2. A China foi responsável por 92,3% das máscaras utilizadas nos Estados-Membros da UE durante os primeiros três meses de 2020.

 

Utilização de máscaras, essencial para conter a pandemia do coronavírus

As máscaras higiénicas e cirúrgicas, bem como as máscaras auto-filtrantes entre o pessoal de saúde, atrasaram o avanço do Covid-19, que continua a espalhar-se progressivamente pelo planeta, experimentando picos coincidentes com políticas de comércio aberto, escolarização, etc.

A Espanha é um dos países europeus mais duramente atingidos pela pandemia do coronavírus. Contagens recentes colocam o número de mortes devidas à SRA-CoV-2 em 32.000, com 835.901 infecções testadas por testes PCR. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de pessoas infectadas pelo Covid-19 é de 36 milhões em todo o mundo, com pouco mais de um milhão de mortes confirmadas e 25 milhões de pessoas recuperadas.

Os países com a maior área geográfica lideram os números da OMS, liderados pelos Estados Unidos, onde foram registadas cerca de 8 milhões de infecções e 211.000 mortes de Covid-19. Segue-se a Índia e o Brasil, com 6,7 e 4,9 milhões de pessoas infectadas.

A Rússia, o país com a maior área de superfície do mundo (17.075.200 km²), tornou-se recentemente o país europeu com o maior número de infecções, totalizando 1,2 milhões. Fora da UE, Ásia e América do Norte, a América do Sul destaca-se entre os territórios com a maior incidência de coronavírus. Exemplos claros são a Colômbia, o Peru e a Argentina, que ultrapassaram 800.000 infecções nos últimos relatórios.

O último trimestre de 2020 coloca grandes desafios aos Estados-Membros da UE, apesar de Bruxelas esperar lançar a vacina AstraZeneca no mercado, com um mínimo de 300 milhões de doses. Enquanto se aguardam os resultados e um maior número de vacinas disponíveis, a utilização de máscaras, luvas e géis alcoólicos continuará a ser a medida de protecção sanitária mais eficaz.